suprimir a personagem. Graciliano Ramos. Feb 17, 1935. Verbo. /supɾiˈmiʁ a peʁsoˈnaʒẽj̃/. 1. Redução ou eliminação da complexidade interior e psicológica da personagem em favor da representação de grupos, ambientes ou coletividade. 2. Tendência do romance moderno segundo a qual a figura do indivíduo (a personagem) perde sua centralidade para simbolizar um grupo ou ambiente. Category: Personagem. Cotext: "O sr. Jorge Amado tem dito várias vezes que o romance moderno vai suprimir o personagem, matar o indivíduo. O que interessa é o grupo — uma cidade inteira, um colégio, uma fábrica, um engenho de açúcar. Se isso fosse verdade, os romancistas ficariam em grande atrapalhação. Toda a análise introspectiva desapareceria. A obra ganharia em superfície, perderia em profundidade. Ora, em Suor há personagens, personagens pouco numerosos. [...] Certas figuras estão admiravelmente lançadas, mas, quando entram na multidão, tornam-se inexpressivas. [...] O sr. Jorge Amado embirra com os heróis. Acha, por isso, que, em Suor o personagem principal é o prédio. História. Não é muito difícil emprestar qualidades humanas a um gato, a uma cobra, a um rato. Já houve quem humanizasse até formigas. Com um imóvel a coisa é diferente. Dizer que ele ‘‘vive da vida dos que nele habitam” é jogo de palavras.". Reference: Ramos, G. Linhas tortas. Rio de Janeiro: Record, 1984. 306p. p. 95-96.