romance do sul. Graciliano Ramos. Apr, 1937. Adjetivo. /ʁoˈmɐ̃si du ˈsuw/. Produção literária que se caracteriza por um distanciamento deliberado da representação crua da realidade social e das suas asperezas, preferindo a construção de mundos idealizados, a exploração de um psicologismo abstrato ou o uso de uma linguagem "delicada" e eufemística. Category: Obra. Cotext: "O que há é que algumas pessoas gostam de escrever sobre coisas que existem na realidade, outras preferem tratar de fatos existentes na imaginação. [...] Os inimigos da vida torcem o nariz e fecham os olhos diante da narrativa crua, da expressão áspera. Querem que se fabrique nos romances um mundo diferente deste, uma confusa humanidade só de almas, cheias de sofrimentos atrapalhados que o leitor comum não entende. Põem essas almas longe da terra, soltas no espaço. Um espiritismo literário excelente como tapeação. Não admitem as dores ordinárias, que sentimos por as encontrarmos em toda a parte, em nós e fora de nós. A miséria é incômoda. Não toquemos em monturos. São delicados, são refinados, os seus nervos sensíveis em demasia não toleram a imagem da fome e o palavrão obsceno. Façamos frases doces. Ou arranjemos torturas interiores, sem causa. É bom não contar que a moenda da usina triturou o rapaz, o tubarão comeu o barqueiro e um sujeito meteu a faca até o cabo na barriga do outro. Isso é desagradável. [...] Não há grupo do norte nem grupo do sul, está claro. Mas realmente os nordestinos têm escrito inconveniências.". Reference: Ramos, G. Linhas tortas. Rio de Janeiro: Record, 1984. 306p. p. 135-136. Note: romance do norte