digressões perigosas. Graciliano Ramos. Sep 1, 1946. Substantivo. /dʒiɡɾeˈsõjs peɾiˈɡozɐs/. Falha estética de um autor que abandona sua fonte genuína de inspiração, sua vivência, para se aventurar em temas ou ambientes que não domina. Category: Artista. Cotext: "José Lins do Rego nasceu na zona da indústria açucareira, lá se criou, lá se educou. Ofereceu-nos cinco livros cheios de vida, numa língua forte, expressiva, a língua velha dos descobridores, conservada no Nordeste, com poucas corrupções. Largou isso e arriscou-se a digressões perigosas. Pureza é uma pequena estação que ele viu de longe, da janela do trem. Em Pedra Bonita desejou estudar a epidemia religiosa que houve em Pernambuco o século passado, mas teve preguiça e inventou beatos e cangaceiros. Sacrificou até a geografia: pôs a sua gente numa vila do Anum, que não existe. A primeira parte de Riacho Doce passa-se toda na Suécia. Embrenhando-se nessas regiões desconhecidas, José Lins do Rego repetiu muito do que já havia dito. A figura principal do Ciclo da cana-de-açúcar, homem agitado, vacilante, cheio de pavores, ressurge com diversos nomes nos últimos livros.". Reference: Ramos, G. Garranchos. Rio de Janeiro: Record, 1984. 378p. p. 265.