o que realizamos. Cecília Meireles. Aug 19, 1942. Fraseologismo. /u ki ʁealiˈzamuz/. Obra de arte como um artefato de alta complexidade e transcendência que, embora seja acessível a todos em sua forma, só é compreendida em sua totalidade essencial por uma minoria de leitores qualificados. Category: Leitor. Cotext: "Quando nós sentimos a experiência alheia através da nossa — como somos hiperlatísicos, doentes, loucos, 'luas', poetas — transformamos aquilo em música, poesia, delírio, uma coisa maior que nós, arrebatadora e durável. Só os da nossa espécie, a quem falta, porém, esse dom de realizar, são capazes de receber o que realizamos, com força equivalente. Os outros tornam a retirar — parece-me — da forma engrandecida que lhes oferecemos o rudimento interior que chegam a perceber. O mais é como uma auréola em redor — percebem-na, deslumbram-se com ela, mas não transitam no que ela possa conter de beleza também essencial, porque é o núcleo elementar da criação (sem correspondência com as suas possibilidades de ser e de entender) que logo os absorve e põe em contato com a obra.". Reference: Meireles, C. Cecília e Mário. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996. 325p. p. 301.. Note: Trata-se de uma hierarquia na recepção, distinguindo a minoria capaz de apreender o "núcleo elementar da criação" e sua "beleza essencial" da maioria, que se detém apenas no deslumbramento superficial da "auréola em redor" sem compreender a totalidade do objeto estético.